Há quatro meses, os publicitários Nizan Guanaes e Guga Valente, sócios do grupo Ypy, uma holding com mais de dez agências de publicidade e marketing, prepararam-se para uma apresentação de três horas para tentar convencer um novo sócio a entrar no negócio.
O pretendido sócio em questão era o economista Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central e um dos principais acionistas da Gávea Investimentos. Mal os dois publicitários começaram a fazer a exposição e Armínio pediu para irem direto para a última página. O que queria saber era se o negócio gerava lucro e se merecia ser estudado. A apresentação não passou de 20 minutos.
Na semana passada, Armínio assinou a sociedade com Nizan. Ele adquiriu 10% da holding, mas o objetivo é deter 20%, tornando-se o segundo maior sócio do grupo.
"Nós acreditamos que esse setor tem um enorme potencial de crescimento e o projeto do Nizan e do seu time nos deixou extremamente estimulados", diz Armínio. "O país está aberto a novos projetos e o momento é oportuno para investir em novas idéias."
Com o ingresso de Armínio, Nizan deixou, pela primeira vez, de deter o controle majoritário do grupo. Os seus 51% do controle encolheram para 45%, e seu objetivo é baixar mais.
Amanhã, os funcionários do grupo receberão uma carta de Nizan contando as novidades. Além do novo sócio, o publicitário anunciará a mudança do nome de Ypy para ABC e a transferência da sede da holding de São Paulo para o Rio. Nizan continua em São Paulo.
"A era Nizan acabou", diz o publicitário baiano de 49 anos, em referência ao fato de que, a exemplo dos grandes grupos internacionais de propaganda, como WPP, Omnicom e Publicis, a nova holding, a ABC, deixa de ter um sócio majoritário. "Para quem quer crescer, o mundo não comporta mais uma empresa de um só dono."
Nizan considera esse o seu terceiro grande salto em sua vida de empresário. O primeiro foi em 1989, quando desembarcou da Bahia no Rio para convencer a empresária Kati de Almeida Braga, do Banco Icatu e sua sócia até hoje, na recém-criada DM9. Ela investiu, deu o empurrão para a agência, em pouco tempo, se tornar uma das maiores do país. O segundo salto foi, em 1997, quando vendeu a DM9 para a DDB por mais de US$ 100 milhões.
Com o tempo, o objetivo da nova ABC é abrir o capital em Bolsa. "O meu objetivo é fazer uma multinacional verde-amarela da propaganda."
Nizan diz que está pronto. Em um ano, já perdeu mais de 60 quilos, e, na sexta, um dia depois de ter fechado a sociedade com Armínio, o publicitário diz ter parado de fumar. "O meu corpo e o cigarro não eram compatíveis com os meus projetos."
Um comentário:
Assim como Washington Oliveto, que não deixa os estagiarios em paz! rsrsrs
A preocupação massante com a "pessoa" Nizan já deu o que tinha que dar também.
[]'s
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