O caso do mensalão volta à pauta esta semana. Entre os dias 22 e 24, o STF vai julgar a denúncia contra o esquema de financiamento irregular para campanhas do PT e aliados, que abalou o governo com queda do ministro da Casa Civil José Dirceu, homem forte do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de 1º de janeiro de 2003 a 16 de junho de 2005 .
Caberá à corte acatar ou não a acusação feita pelo procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, contra os envolvidos. Denunciado em 2005, o mensalão envolve 40 pessoas. Além de Dirceu, outros nomes como o do deputado José Genoino e do ex-publicitário Marcos Valério aparecem na ação. A organização foi classificada pelo procurador-geral como uma "quadrilha", que se especializou em "desviar dinheiro público e comprar apoio político".
Oito tipos de crimes são citados na denúncia: formação de quadrilha, falsidade ideológica, peculato, corrupção ativa, corrupção passiva, lavagem de dinheiro, gestão fraudulenta e evasão de divisas.
De acordo com o STF, o julgamento começa na quarta às 10 horas e vai até sexta-feira, com possibilidade de se estender para a segunda-feira. O ministro Joaquim Barbosa, relator da denúncia, será o primeiro a se pronunciar, ao fazer a leitura do relatório. Depois, será a vez de Antonio Fernando Souza defender que o STF acolha as acusações e faça com que os 40 acusados respondam como réus.
Em seguida, os advogados apresentarão a defesa dos acusados. Até agora, segundo o STF, 19 advogados se inscreveram para isso. A partir daí os ministros começam a discutir o caso. No julgamento, os ministros não vão decidir se os acusados são culpados ou inocentes. Isso só ocorrerá no julgamento da ação penal, caso a denúncia seja recebida.
O esquema do mensalão - pagamento de uma suposta mesada a parlamentares para votarem a favor de projetos do governo - foi denunciado por Roberto Jefferson, então deputado pelo PTB e presidente da legenda, que acabou sendo cassado por conta de seu envolvimento. Segundo ele, os pagamentos mensais chegavam a R$ 30 mil e o esquema de repasse do dinheiro era feito através de movimentações financeiras do empresário Marcos Valério.
Dos acusados de envolvimento no esquema, foram cassados José Dirceu, Roberto Jefferson (PTB-RJ), que denunciou o mensalão, e Pedro Corrêa (PP-PE). Quatro parlamentares renunciaram para fugir do processo e 11 foram absolvidos.
* agência REUTERS
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