quarta-feira, agosto 01, 2007

RETROCESSO

SILÊNCIO E DECEPÇÃO


Olá pessoal.

Quase uma gestação completa, foram 8 meses de silêncio, de uma espera agoniada por algo que não veio e pelas perspectivas e expectativas anunciadas o que espero não virá nem no curto nem no médio prazo.

Desde minha última postagem aqui no Blog após as eleições em Novembro de 2006 e desde a publicação de meu útltimo artigo no site Rádio Agência também em Novembro do ano passado eu fiquei em silêncio.

Um silêncio que soou de forma semelhante a um protesto, um protesto a um processo de regressão de valores em todas as instituições de nossa sociedade, incluindo entre elas a moral, a política, o desenvolvimento do mercado de negócios e o desempenho das empresas.

Há algo estranho no ar, nosso País passa por um momento obscuro e terrível, talvez o mais degradante em toda sua história.

Sem falar da decepção que tive com os resultados das urnas nas eleições presidenciais minha maior decepção é em relação ao desempenho das atividades econômicas neste nosso Brasil.

Só não fui pego com maior surpresa porque todas estas decepções já estavam anunciadas e eu mesmo em alguns artigos argumentei sobre pontos falhos no mercado, principalmente no marketing das empresas e no posicionamento das agências de propaganda.

Como minha proposta tanto para o Blog Propaganda & Marketing quanto para os artigos que escrevo para o Rádio Agência é de comentar e criticar as atividades de comunicação empresarial, mídia e publicidade vou aqui neste reinício restringir os comentários de hoje à minha visão atual destes mercados e deixar as críticas ao cenário político para outras ocasiões (a tentação é grande mas por hora vou resistir).

O quadro atual do mercado publicitário não é muito diferente daquilo que se passava há quase 9 meses, pior um pouco talvez porque revela uma involução grave ou seja, paramos no tempo.

O fraco desempenho em Cannes pelo segundo ano consecutivo demonstra que os conceitos da propaganda atual voltadas para a criatividade estão absolutamente superados.

Basta ligarmos a televisão, abrimos revista e jornais, navegarmos na internet e como qualquer expectador leigo não ficamos supresos nem somos impactados nem instigados em nosso desejos a consumir ou comprar produtos e serviços anunciados.

A mesmisse impera em todas as mídias:

- folheie o jornal de domingo, veja a quantidade de anuncios de construtoras; existe diferença entre eles? Claro que não, são todos iguais em formatos, cores, layouts, textos.

- ligue a televisão, veja a quantidade de anuncios de cerveja; existe alguma diferença entre eles? Claro que não, todos são iguais, anunciam garotas de biquine ou shortinhos minusculos, praias ou bares maravilhosos, gente rindo a toa, mas exaltação e demonstração do produto nenhuma.

Esta mesmisse vale para carros, roupas, celulares, eletro-eletrônicos e etc.

Meu questionamento continua o mesmo em relação à qualidade e capacitação dos profissionais tanto de agências que tem por obrigação mergulhar e conhecer o negócio do cliente como se fosse o próprio cliente e também em relação a qualidade dos profissionais de marketing que não somente passam o briefing mas fundamentalmente aprovam estas coisas horrorosas que estão sendo veiculadas ultimamente.

A começar pelo marketing:

Tenho acompanhado e lido nas publicações especializadas em marketing e negócios que algumas grandes empresas tem cometido pecados gravíssimos no desenvolvimento de suas estratégias e em consequência disto os resultados projetados foram diretamente contrários aos resultados obtidos.

Um agência de propaganda moderna e atualizada tem como principal função analisar procedimentos, acompanhar o mercado concorrente, pesquisar tendências e desenvolver junto ao cliente uma parceria que contribua para um resultado final com maior índice de acertos do que de erros.

Uma de minhas principais discussões nestes últimos anos tem sido em relação ao baixo nível de conhecimento do negócio, tanto por parte da agência quanto do marketing.

Profissionais recém formados e com pouca experiência no mercado, mais acadêmicos do que práticos, com muitos MBAs mas poucas horas de experiência estão enchendo os departamentos especializados.

Temos visto uma avalanche de veteranos profissionais da propaganda e do marketing partindo para empreitadas pessoais porque perderam seu espaço no mercado.

Não quero dizer de forma alguma que os novatos não devam ter suas oportunidades, não fosse eu um novato um dia eu jamais teria alcançado o grau de experinência e maturidade que hoje adquiri graças a uma boa e oportuna chance na antiga Norton Publicidade lá na General Jardim no centro de São Paulo.

O que eu quero dizer é que num time vencedor, o mix de profissionais é importante porque prevê qualidade na renovação, um bom time tem atacantes espertos (os novatos) zagueiros estruturados e hábeis meio campos com agilidade e experiência para armar jogadas objetivas de sucesso (os veteranos).

Sem esta simples formula o time não avança e os resultados colhidos levam ao fracasso em pouco tempo.

Mas, existe ainda uma luz lá no fim do tunel.

Algumas empresas e agências estão hoje, precisamente neste momento, revendo suas estratégias de trabalho.

Agências como a DPZ passam por um momento de renovação importante, uma reformulação significativa nos padrões utilizados nos últimos anos e que fizeram com que conceitos e posturas fossem revistos.

Depois de 39 anos de atividade, reconhecida como agência criativa e de postura independente a DPZ parte hoje para uma maior integração com o cliente, mudanças no perfil dos profissionais, mudança na postura e nas atividades exercidas pelos sócios.

Algumas empresas hoje também estão partindo para uma mudança radical nos seus conceitos internos e na sua visão de mercado, tudo isto baseados nos fracassos, basta ler Exame, a revista Você entre outras publicações para se ter uma ideia de quantos negócios naufragaram nos ultimos anos por má gestão e por colocação de profissionais em postos equivocados.

Em resumo, para terminar este artigo e não me tornar repetitivo.

O Brasil parou, mas temos de lutar para levar nosso País ao lugar que seu povo merece, nossos governantes não merecem nada, brincam com o povo, articulam facilidades para eles e as empresas que fazem parte da panela, pra que então contratar gente capacitada se a empresa não precisa delas pra ganhar mercado?

Basta um lobby, uma canetada, um presentinho e você fatura milhões.

Enquanto isto empresas falem, aviões caem e o governo continua inerte dizendo que não sabe o porque nem como fazer.

Vamos fazer como que esta fraca luz de lanterna no fim do tunel se transforme no brilho maravilhoso do Sol e assim todos nós possamos viver num País de realizações positivas e com alto grau de felicidade.

Até a próxima.

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