Eliminando o vírus do Marketing Viral - uma outra visão
O marketing viral sofre hoje do mesmo mal que a criação de websites sofreu há alguns anos: anunciantes de todos os portes contrataram sobrinhos que entendiam de informática para fazer um site e com isso, além de desperdiçarem o potencial que o meio oferece, muitas empresas financiaram projetos fadados ao fracasso - enquanto sobrinhos dificultavam a profissionalização do mercado.
No caso do marketing viral, tem muita gente hoje se deixando seduzir pela possibilidade de veicular uma mensagem utilizando o potencial da comunicação boca-a-boca de uma forma barata e supostamente eficaz. Recorrem, assim, a quem promete criar um vídeo super-engraçado ou a quem diz fazer alguma coisa esdrúxula, como se isso fosse despertar a atenção do consumidor e trazer algum resultado positivo. O marketing viral é muito maior, mais complexo e mais poderoso do que isso.
Para começar, é preciso ter em mente que a comunicação boca-a-boca acontece e sempre vai acontecer independente de campanhas de marketing viral – com maior ou menor intensidade. O que acontece é que a Internet multiplicou as possibilidades das pessoas se comunicarem e trocarem impressões. Por isso, a grande sacada é estimular ainda mais esta comunicação, direcionando-a de acordo com seus objetivos.
Target
“Fazer um viral” não isenta o profissional de marketing da responsabilidade de determinar um público-alvo para sua mensagem. Pense no seguinte: nem todos os consumidores são comunicativos o suficiente para propagar sua campanha e, destes, apenas alguns são efetivamente considerados referências confiáveis dentro do seu círculo de amizades. Uma das primeiras etapas em uma campanha de marketing viral é a mesma de todas as campanhas tradicionais: pensar no target. Defini-lo. Trabalhar com ele a seu favor.
Mensagem e Formato
Ao contrário do que se acredita, não é apenas uma mensagem engraçada que promove o boca-a-boca; lembre-se do poder destrutivo de uma má impressão. Lembre-se, também, da força que as sandálias Havaianas conquistaram quando artistas e top-models começaram a circular calçando chinelos. Vale lembrar por exemplo o quão ávidos por novidades são os fãs de vídeogames, o quanto eles se sentem prestigiados quando sabem antecipadamente sobre produtos inéditos no mercado. Há milhares de oportunidades.
Meio
A Internet é definitivamente um meio muito poderoso para que se propague todo o tipo de comunicação: não só através de e-mail mas também por conta da frenética troca de mensagens instantâneas, chats, fóruns e sites especializados em todo o tipo de assunto, que servem como referência para consumidores indecisos. As possibilidades vão muito além da Internet: pense em como festas, eventos e restaurantes da moda costumam concentrar influenciadores nos mais diversos assuntos.
Como você já deve ter percebido, além de criatividade, o marketing viral exige muita estratégia. É preciso ter conhecimento profundo sobre o comportamento do consumidor em todos os estágios do relacionamento com a sua marca e com o seu produto.
Uma das coisas que você descobrirá é que definitivamente, o consumidor está cada vez mais esperto, pró-ativo, engajado e exige que você respeite esta posição. O grande erro que não se pode cometer ao investir em marketing viral é ignorar esta mudança, acreditando que um vídeo engraçado é o suficiente para entrar na cabeça das pessoas, influenciar seu comportamento e fazer com que elas falem de você.
* artigo de Marcelo Perrone - publicado no Vox News
Nenhum comentário:
Postar um comentário