quarta-feira, janeiro 16, 2008

A INTERNET E O MKT POLÍTICO

Nas eleições de 2006 a internet influenciou o comportamento dos candidatos e começou a se consagrar como um mecanismo político-eleitoral, concluiu o estudo A Mídia e a Esfera Pública, feito por três professores da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM). Na véspera do primeiro turno, a participação de internautas em blogs políticos chegou a 2,5 milhões de audiências diárias; no You Tube, vídeos contra os presidenciáveis tiveram índices espetaculares de visualização.

Um dos autores do estudo, o pesquisador Marcelo Coutinho, prevê que nas eleições de 2008 e 2010 a influência da internet será bem maior. Nessas eleições, a internet serviu para alimentar o eleitor orgânico ou engajado com informações que seriam depois reproduzidas por todas as mídias, explica Coutinho.

O estudo detectou que os blogs foram muito utilizados como balão de ensaio de notícias que as campanhas queriam disseminar. Nos dias de publicação de pesquisas, conta ele, as pessoas começavam a falar em números por volta do meio-dia. À tarde, parte da mídia tradicional já dava notícias baseando-se nos blogs, que tinham se baseado nos balões de ensaio.

O vídeo contra o tucano Geraldo Alckmin mais visualizado no You Tube foi a entrevista a uma TV australiana bruscamente interrompida por ele depois que o repórter insistiu em perguntar sobre a repressão a rebeliões em presídios, que teria violado direitos humanos. A matéria inteira, postada no You Tube, teve 450 mil visualizações. O recorde de Lula foi a filmagem em que dizia que Pelotas era exportadora de veados - 103 mil visualizações.

Coutinho diz que não pode projetar a importância da internet para as próximas eleições, mas estima que será crescente. Hoje, 30 milhões de eleitores têm conexão com a internet. Mas a tendência, explica, é que esse número aumente com rapidez.

Para ele, as eleições municipais de 2008 deverão ter grande influência da internet. Em muitos municípios, mais de 40% do eleitorado tem acesso à internet. Nessas cidades, até pelas limitações da TV nas campanhas eleitorais municipais, a internet passará a desempenhar papel vital para decidir as eleições.

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